12/12/10

JOÃO VERÍSSIMO

 
 
 
 
 
"Quadras desgarradas saltam pela manhã"





Todos os sonhos têm de trazer


Em si a projecção da objectivação,


Senão não passam de bolas de sabão!


E o sonho em si acaba por morrer





Dizes-me não me acorde


Queres no sonho ficar


Mas talvez de ti discorde


Nada como beijo acordar





Dás-me o teu suspiro


Logo pela doce manhã


Sinto teu beijo respiro


O teu olhar o meu divã





Vem aos braços do mundo


Nele deitaremos bem fundo


Doce odor almíscar perfume


Que será do corpo o lume





Não chores doce “Roseira”


Faz das palavras bebedeira


Elas serão a tua esteira


Onde amizade é companheira





As palavras tocam fundo


Têm dedos que humedecem


Deixa-te ir por esse mundo


Onde os olhares se tecem





Nossos corpos ao cume irão


No subir da pulsação


Entre gemidos silenciosos


Saíram gritos desejosos





Como podes dizer vem


Quando eu já ai estou


Me doce meu bem


Onde o coração posou





Ai … estás a dizer


Algo em mim é precoce


Vou-te fazer beber


O prazer até não teres posse





Vou-te satisfazer


Até ao amanhecer


E quando do dia despertar


Continuarei a te amar





Serão as palavras intensas


Mas os olhos que nelas se pousam


Eles sim fazem as coisas extensas


É isso que as poesias desejam





Dói-te a cabeça


Parece a eterna peça


Da desculpa do feminino


Quando o amor não se faz felino





Deixa a rima fica no clima


O desejo é nossa cama


Os lábios nossos beijos


E os corpos nossos amassos





Deita-te na minha boca


Entro pelo desejo


Este é nosso ensejo


Os corpos na poda ( LOL por decência de rima)





Não “Roseira” não é um chat


É um perfume por onde passaste


Os olhos e o corpo beijaste


E o no prazer te enlevaste





As paredes têm ouvidos


Deixa sair nossos gemidos


Eles ficaram estremecidos


Com os nosso prazeres sentidos





Eu também já venho


Vou ao tal de banho frio


A ver se descanso o desenho


Para que o passarinho não diga pio





Amigos, isto é poetar


Fazer desenhos de amar


Na palavra sentida a rima


Com odor perfumado da lima





Rima é um bailar


Onde os sons se vão pousar


As palavras ficam a dançar


Nos teus olhos a beijar





O triângulo fica obtuso


Isósceles meio confuso


Será um equilátero enfim


Raios qual o triângulo do fim?





Deixem as espadas


Peguem em flores


Sejam pessoas amadas


Façam dos perfumes amores





Serão seus amores


Mas quem se inclui na rima sou eu


Ninguém faz da minha voz morderes


Onde se tece o breu!





Vou sair de mansinho


Enquanto no ar está o cheirinho


Da poesia e do carinho


Onde o poeta fez o seu cantinho





Deixa chamar superficial


Antes isso, que apontar setas


Fazendo do desprezo suas metas


Em vez de fazerem flores do seu quintal!





Leva sempre a alma na mão em oferta


Não temas que uma flecha lhe acerte


Ela é nuvem algodão é poeta


Só isso interessa e é a verdadeira meta





Alexandre Falcão
10/12/2010



 
 
 
 
Transformar uma estátua de palavras pintadas de musica,
Numa obra de arte vivente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ola querida Céu! Vim lhe desejar uma ótima semana e também um Feliz Natal e Próspero Ano 2011. Beijinhos da amiga Luciana Goyaz.

ines disse...

Porque cada palavra que sai de dentro tem um sem fim de significados ,creio e nao erro dizer que todos somos poetas..Escrevendo um sentir profundo ..agachado nas entranhas...Obrigado linda Céu por partilhar com todos as suas palavras e das demais..que encontra no seu caminho..Belo acto de generosidade...Joao descubri uma forma directa de transformar realidades..a tua é sem duvida,clara e desmitificadora em muitas ocasioes..Amo ler-te!!

GURU.INTERVENTIVO disse...

Obrigado Ines :)

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