Ainda sinto no ar o teu perfume, que deixaste espalhado pelo quarto,
quando saíste de madrugada, a coberto da escuridão da noite cúmplice, sem luar...
Deixaste-me embriagada e meio adormecida, abraçada ao que restou do calor das tuas mãos suaves, que, horas antes, me percorreram o corpo palpitante de desejo e me saciaram a fome de paixão que me atormentava o corpo e a alma, deixando-me completamente perdida da minha razão...
O teu sabor adocicado, impregnou-me a pele e o sentir, entranhando-se em mim, por cada um dos meus poros transpirados e salgados, anunciando a avidez urgente do tanto que me oferecerias sem eu nada te pedir com palavras. Leste-o nos meus olhos, lascivos... sem demora, debruçaste-te sobre mim e roçaste-me levemente, com os teus lábios cálidos, que dançaram sobre os meus, movidos pelo embalo de uma musica suave que se ouvia em fundo. As bocas entreabertas deixaram que as línguas se tocassem e se enrolassem num beijo urgente e interminável...
Foste descendo no mapa do meu querer, contornando as curvas, os montes e os vales humedecidos pelos gemidos roucos que se foram soltando aos poucos das nossas gargantas sôfregas e ébrias, toldando-nos por completo todos os sentidos.Por fim, entraste em mim e torna-mo-nos num só ser, alheado do espaço e do tempo, numa frenética busca do tão ansiado clímax, que saboreamos a dois naquele derradeiro momento de prazer.
Emprestei-te o melhor de mim, para que me oferecesses o que eu sabia ser também o melhor de ti, nessa espécie de amor carnal salpicado de pecado, que nos arrebata e nos cega, correndo todos os riscos por um instante de loucura com hora marcada, mas liberto das algemas de um compromisso.
"... vivo na renovação dos sentidos, junto da antiguidade das
lembranças, em frente das emoções..."
Nascida em Lisboa, é numa pequena aldeia (Pai das Donas, Arganil) que
passa a sua infância e adolescência em permanente contacto com a natureza no
seu estado mais puro. Frequentou a Esc.Sec. de Arganil até ao 9º ano.
Mais tarde, regressa a Lisboa, mas sempre com a sua alma presa ao campo,
que lhe marcou uma etapa importante da vida.
Com a descoberta das novas tecnologias e
das ferramentas que as mesmas lhe davam para abraçar o mundo, não
hesitou e começou a dar vida a um outro “eu” que habitava dentro de si,
mas que até então desconhecia…
Criou o seu primeiro blogue na Internet,
chamado ECOS, e se mostrou ao mundo sob o “nick” de medusa,
começando assim uma caminhada fascinante pelo mundo das letras.
Mais tarde conheceu alguns sites de poesia e ingressou neles,
partilhando os seus escritos singelos, e que ao mesmo tempo ia
publicando no seu blogue principal,
IMPULSOS (http://impulsosdalma.blogspot.com).
Participou em algumas publicações colectivas, mais
precisamente nos livros: “A Arte pela Escrita”,
“Colectânea 2008 Luso Poemas”,
“Nas Águas do Verso”, Antologia "Tu Cá Tu Lá",
"Trago-te Um Sonho Nas Mãos" e " A Arte Pela Escrita III", quase todas
elas promovidas pelos sites de que faz parte, Luso Poemas e EscritArtes.
É conhecida no mundo cibernauta pelo nome de Cleo (o tal "eu" interior) e
do qual não se pode desligar por considerar fazer parte de si mesma.
4 comentários:
WoW , sexy !
:)
Gosto do que a minha amiga Cleo escreve. Há anos que a leio.
Escolheste um belo naco de prosa...
Beijos, querida amiga.
Hi Cleo
A Céu gosta de poesia sensual e procura-a.
Este é certamente o poema mais bem conseguido que ela publicou e um dos melhores que jamais li.
Tudo nele bate certo desde a escolha das palavras até à construção das frases desde a imagem até à narrativa.
É maravilhoso encontrar quem assim domina as letras.
Os meus parabéns a ambas.
Chris Morris
Olá, boa noite!
Numa pesquisa ao acaso pela net, eis que me encontro aqui... uma surpresa e tanto! Sinceramente não o esperava.
Este texto é dos que mais me diz, pelo conteúdo/mensagem, pois foram as emoções que me o ditaram na altura em que o escrevi. É por isso, genuíno!
Ainda que venha tarde, deixo aqui o meu sincero agradecimento por este post que me surpreendeu e emocionou a esta hora da madrugada, tornando muito mais doce e serena a noite que me acompanha.
Obrigado!
Brijo
Enviar um comentário