26/09/11

RITA CARRAPATO


 
Tantas folhas de outono
já cravadas nesta couraça!
Tantos cheiros de primavera
e tão poucos perfumes no ar!
A saliva engrossa
e o paladar enruga frente ao fulgor do fruto.
A visão refuta o colorido da ternura
enquanto o tacto, fiel à desilusão
acompanha o arco que limita cada dia.
É preciso saber que há primaveras que não cheiram
que há folhas que não se desprendem no Outono
sob risco de irmos deixando cair pena a pena
até que o voo já não aconteça.




Não sei se sei escrever POESIA, mas sei que a sinto no peito.
 É assim que nasce a minha “poesia”.
 Entre desabafos, sentires, desejos de me inventar e
(re)inventar nascem-me as palavras que deito no papel,
 com as mãos em afago ou em fúria…

Marta Vasil
(pseudónimo de Rita Carrapato) 



2 comentários:

Anónimo disse...

Céu,
Muito agradecida por trazer para a sua casa de palavras este meu poema. Sim, para a sua casa, pois O Toque de Midas é mesmo uma casa com muita vida, de muitas portas e janelas, onde múltiplos sentires se encontram.
Bem haja pela partilha e divulgação que faz de muitos de nós. Beijinho

Rita Carrapato

Anónimo disse...

Obrigado, Céu, por nos dares a conhecer a Rita Carrapato. Com este magnífico poema escrito com tanta naturalidade e sensibilidade vem embelezar ainda mais este já belo espaço que com tanto esmero e carinho tens vindo a construir.
Parabéns amiga de sempre e para sempre!"

Mário Santos

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