RUI PEDRO CARVALHO BARROSO

VAZIO

Não sei como te encontras...

Como te sentes, se estás feliz, se estás triste...

Se consegues, se tens a força suficiente...para te desligar de mim...

Eu não, não consigo...Uma tristeza profunda invade o meu interior,

E tudo que me rodeia de repente se tornou triste...

O rio transformou-se numa enorme lágrima,

Que corre não sei para onde...

Para um sitio onde estão as lágrimas que não consigo deitar...

O vazio apodera-se de mim, qual criança baralhada com o desconhecido...

Tristeza é fundamentalmente o que sinto...

Nem o som das musicas que não consigo ouvir,

Despertam em mim o sentimento mais forte,

Ou sequer mais fraco...

Uma apatia que te faz mover...

Porque te tens de mover...

Mas...o que pisas?

Uma almofada de ar que não sentes...

Nuvens que esconderam aquele sol,

Radiante e quente...

Lágrimas? Aqui as lágrimas não representam nada...

O que representa são as emoções...

Que tens contidas cá dentro...

Os sentimentos que te estavam a sair pelos poros da pele...

Que tu tapas-te, que tu asfixias-te com o teu egoísmo...

Com a tua bondade...

Eu sei, a vida é um grande sofrimento,

Desde o primeiro berro que damos ao nascer,

E um suspiro...

Só digo o que sinto, as palavras saem,

Como a água de uma cascata de uma queda abrupta,

Que bate estrondosamente no seu destino...

Sou assim, não sei ser de outra maneira...

O amanha não sei.

Se vou...

Às vezes, na aflição de me encontrar,

Erro.

Tantas vezes erramos...

E a sombra da vida...

Cinza, escura.

Divina comédia...

A vida.

E nós palhaços...

De uma agitação inglória.

Tanto para quê?!

Se eu soubesse...