A PENSAR EM TI
ROMASI
Estrela da manhã
Que queimas
E não me guias…
Amiga
Flor que desperta
E não se apaga.
Lírio
Flor de lótus.
Semente.
Mar de vida.
Onde semeio
Onde me banho
E não me apago.
1983
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Tal como aprendi o meu nome,
sem eu ter a consciência de que o estava a interiorizar,
sem eu ter a consciência de que o estava a interiorizar,
aprendi muita coisa quando eu tinha todo o tempo do mundo...
Nessa época os meus pais, mesmo sem vagar,
eram de uma completa dedicação aos filhos.
Nessa época os meus pais, mesmo sem vagar,
eram de uma completa dedicação aos filhos.
E os avós, quem os tinha, ensinavam aos meninos os contos mágicos,
inscritos no “livro dos pensamentos”, que lhes
tinham sido transmitidos oralmente pelos seus antepassados.
Há sempre tempo para tudo, digo eu, e na luz irradiante da família
aprendi a amar e a ser amado; aprendi a respeitar e a ser respeitado;
aprendi a ser feliz e a tentar contribuir para a felicidade do outro;
aprendi a acatar e a escutar os mais velhos;
tinham sido transmitidos oralmente pelos seus antepassados.
Há sempre tempo para tudo, digo eu, e na luz irradiante da família
aprendi a amar e a ser amado; aprendi a respeitar e a ser respeitado;
aprendi a ser feliz e a tentar contribuir para a felicidade do outro;
aprendi a acatar e a escutar os mais velhos;
aprendi a dar valor às pequenas coisas, e,
como os meus pais davam tudo o que
como os meus pais davam tudo o que
podiam e não podiam, aprendi a ser solidário.
Existiu um tempo para ser desejado - sem dar por isso!
Um tempo para ser amado - sem dar por isso!
Quando dei por isso tive, e ainda tenho felizmente,
todo o amor e o carinho dos meus pais.
Vou parar por aqui.
A minha ascendência é significativamente a razão da minha conduta,
da minha decência, da minha consciência.
Tive e todos nós tivemos tempo para tudo…
Errei, levantei-me! Escutei sempre o coração!
Empenhei sempre a alma controlada pela minha consciência.
Voltei a errar e voltei a erguer-me aprendendo
sempre com os meus próprios erros.
Reconheço os disparates que fiz!
Todos os fazemos ao longo das nossas curtas vidas.
Mas a minha glória está em reconhecer os meus defeitos,
combatendo os meus erros, sublimando as minhas atitudes de
comportamento que não se reviam ou revêem na herança
Existiu um tempo para ser desejado - sem dar por isso!
Um tempo para ser amado - sem dar por isso!
Quando dei por isso tive, e ainda tenho felizmente,
todo o amor e o carinho dos meus pais.
Vou parar por aqui.
A minha ascendência é significativamente a razão da minha conduta,
da minha decência, da minha consciência.
Tive e todos nós tivemos tempo para tudo…
Errei, levantei-me! Escutei sempre o coração!
Empenhei sempre a alma controlada pela minha consciência.
Voltei a errar e voltei a erguer-me aprendendo
sempre com os meus próprios erros.
Reconheço os disparates que fiz!
Todos os fazemos ao longo das nossas curtas vidas.
Mas a minha glória está em reconhecer os meus defeitos,
combatendo os meus erros, sublimando as minhas atitudes de
comportamento que não se reviam ou revêem na herança
do meu sangue e/ou na educação que recebi dos meus pais.
Rogério Simões é fruto de tudo isto e tem a humildade de um serrano!
Rogério Simões é fruto de tudo isto e tem a humildade de um serrano!
Porém, nunca serei um homem pequeno...pois nunca foi minha a intenção de o ser.
4 comentários:
Apesar do poema ser maravilhoso e ter gostado muito dele, sou honesto ao ponto de dizer que gostei ainda mais do texto que lhe segue.
Considerações muito valiosas, desabafo sincero, uma lição para todos os que visitam este blogue.
Obrigado Céu por nos dares a conhecer, no teu blogue, poetas como o Rogério.
Amiga Céu
Muito obrigado pelo post onde colocou um velho poema meu.
Dado o ter feito, num blog tão belo, deixo alguns poemas de amor
DESEJO
Rogério Martins Simões
Fui ver o pôr-do-sol
As ondas do mar
Fui e encontrei
Em cores de arco-íris
Com que sonhei
O teu amor.
Fui e encontrei
A tua vida.
Era noite
Olhei teu manto
De virgem
De natureza pura
E a única loucura
Que encontrei
Foi o luar
Que te beijava com ternura.
1969
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
COBRI DE ROSAS
(Rogério Martins Simões)
Cobri de rosas
A tua rosa
O teu botão.
Abri a rosa
Cortei a pétala
Pétala a pétala
Enchi o chão.
Mas se ao menos
O teu rosto sorrisse
E a tua boca
Dissesse palavras
De ternura:
Eu te daria
De novo rosas
Formosas
E em botão.
1987
(Caderno Uma Dúzia de Páginas de Poesia n.º 41)
(Poetas Almadenses)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Mário, muito obrigado pelas suas palavras. Aqui deixo outras que certamente irá gostar:
ZARPA… QUE INCOMODA!
(Rogério Martins Simões)
O que pensas quando estás só?
Que notícias trazem de ti as horas?
Por que suspendes os minutos
e desprezas os segundos?
Secundaram a tua imagem
numa versão de cárcere…
Que sabem de ti os amigos?
Que dúvidas escorrem
nos confins da tua mente?
- Mentias se falasses!
Por isso nada dizes
e o silêncio incomoda.
Morrias se ouvisses um grito!
Chorarias
se escutasses uma criança!
Que criança tem o teu coração?
Ainda, assim, escutas
o teu próprio silêncio.
Resta-te um velho cão…
Continuas só
escutando nada!?
Lá fora uma multidão,
danada,
apedreja um ladrão…
À luz de uma velha cidade
florescem cimentos
e as gentes passam por edifícios
construídos nos penhascos dos lucros…
Parecem feras enjauladas
que se soltam
e percorrem, na rotina,
o caminho contrário.
Contrariamente à sorte
não se fala na mesma língua…
O regresso é o inverso e o verso
de uma partida desesperada…
A todo o tempo se remexe
em papéis,
em contas,
e se contam os tostões
para pagar as dívidas!
Que dívida tens para com a sorte
em teres nascido?
Zarpa que incomoda!
Resta-te um velho cão…
Andam aos tiros nas ruas.
Apontam as espingardas
às casas vazias.
Vivem agora nos fundos…
a fugir às bombas.
Não oiço nada cá em baixo!
Não oiço nada cá em cima!
O hospital tresanda
a fétida melena
de sangue cozido pelo sol.
O sol não nasceu para todos!
Estendem-se redes,
pelos telhados,
para aprisionar a luz.
Falta-me a lucidez!
Zarpa que incomoda!
Resta-me um velho cão…
O cão sacode a pulga.
E a pulga regressa ao homem
de onde nunca deveria ter saído.
Na barraca, de tabique,
há sempre correntes de ar
e cheiros pestilentos
das canseiras.
No bidão
improvisa-se um lavatório.
Emprenha-se um buraco…
que faz de latrina…
Ao lado, prego com prego,
cheira a catinga.
E uma velha mulher
canta
uma desconhecida
canção de embalar.
Todas as manhãs
são escurecidas
com excrementos escorridos….
Cheira a merda!
Zarpa que incomoda…
Resta-me um velho cão…
Hoje não penso
nas quatro paredes
que me cercam.
Corri meus olhos numa cotovia
Que voava apressada...
Bateram à porta.
Foi engano!
Lá fora, nas cartilagens da agonia,
há tanta luta!
Movimento as minhas mãos
E conforto o velho cão
Que não se mexe.
Sucumbia a uma lambidela...
Zarpa que incomoda…
Que sorte
ter um cão por amigo…
Lisboa, 31/08/2006
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
Foi um prazer lêr toda esta poesia de Rogério Simões mas não deixo de escrever que gostei de lêr um pouco da historia e passagens de seu viver
Rogério Simões .. errar é humano ..cada vivencia tem um sentido e uma finalidade
Nada é inutil se aprendemos com os erros
Gostei muito da poesia é um balsamo para a alma
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