Entre o gesto
e a pele
é que as mãos
habitam
O seu lugar
é no corpo
do espanto
na sua nudez
quando
se prolongam
para lá
do infinito.
Nasceu no Paúl, uma grande aldeia à época do pós-guerra II,
Concelho da Covilhã, lado sul da Serra de Estrela – a
mais alta de Portugal continental, já que a outra
fica na Ilha do Pico, no arquipélago dos Açores.
Depois de ali ter crescido até ao metro e trinta,
viveu em Faro, capital do Algarve turístico (ainda hoje),
em Almada e em Lisboa, antes de Santo António dos Cavaleiros,
Lisboa de novo, Barreiro, novamente Paúl e Lisboa trivez.
Formação superior em Filosofia, Teologia e Antropologia;
o que significa: venha o diabo e escolha.
Mais tarde (ainda não se sabe bem porquê) ingressou
no mundo da publicidade, onde permaneceu mais de vinte anos.
De um dia para o outro, tudo mudou.
Foi dispensado de estratégias traçar, quando a
traça entrou na publicidade portuguesa.
Dedicou-se a pintar paredes, papéis, telas e tábuas, sem leis.
Tenta organizar um monte de papéis, manuscritos com
palavras da memória, das musas vagas e das
ondas do Atlântico que, por vezes, é mais verde
que azul e traiçoeiro. E, também, a montanha de pinturelas,
com tinta entornada ao longo de mais de duas dezenas de anos.
Trocado por cêntimos: anda às aranhas, como quase toda a gente,
nesta mundanidade cada vez mais medíocre, estúpida, e
caduca, à espera que alguém lhe dê a estocada final,
sem que coragem exista para esse final feliz.
3 comentários:
Tem bom gosto para escolher poemas e fotos.Gosto muito deles.
Bjs
Poesia interessante.
Gostei.
Beijinhos, querida amiga.
Na indecisão de atribuir a nota máxima ao poema ou à biografia... (tal é a arte e o engenho que estão contidos em cada uma das componentes desta entrada)... dou a nota máxima ao talentoso Joaquim Alves que, através desta pequena amostra, revela-se um indiscutível artista...
Enviar um comentário